Imagens de um dos meus moleskines. Sempre carrego comigo pelo menos um deles. Tenho o de viagens (já o segundo da série), o de Brasília (também já no número 2), e este é o primeiro de uma das séries temáticas, o Erotica #1. Às vezes explícitas, às vezes mais leves (como estas que mostro aqui), as páginas deste moleskine se sucedem e me levam a pensar e a criar sobre esta pulsão: o sexo, o desejo, a força que nos impulsa para o mais, para a sarjeta e para a transcendência, a obsessão, a penetração, a dor, a submissão, a dominação, o gozo, o êxtase... Penso em Ana C., personagem do "Teatro" de Bernardo Carvalho, ator porno que, ao ser penetrada, recitava seus versos livres baseados em São João da Cruz:
"Esta escada é o meu amado para mim. Esta casa é o meu amado para mim. Esta praia é o meu amado para mim." Eles sentiram isto, os místicos, Santa Teresa e seus orgasmos, São João da Cruz... Como falar destas coisas todas? como senti-las, como dizê-las? qual a diferença entre o meu
eu de ontem, quando estava no deserto do desejo, e meu
eu de hoje, quando estou totalmente saciado? e saciado, até quando? pois mesmo a tempestade tropical logo é absorvida pelo deserto do desejo... Como falar desta vontade que nos leva a deixar caminhos racionalmente estabelecidos para frequentar veredas mal-faladas? como pintar, desenhar, esta pulsão? é o que eu tento, no meu diário, neste meu moleskine do qual aqui mostro algumas páginas, apenas as mais sutis, como mostrar neste blog as mais ousadas?
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