segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Teatro, de Bernardo Carvalho

Continuando as releituras dos livros de Bernardo Carvalho, termino agora o Teatro, livro de 1998. Um estudo sobre a paranóia, as mentiras, o escrever, contar histórias e inventar verdades. Jogo de espelhos, qual é mesmo a trama? nada é o que parece. "É espantoso como no fundo não se sabe nada de nada, não é?" repete Ana C., protagonista do romance, ao narrador, e ambos assumem várias personas, são mutantes. Policial, menina abusada pelo pai, fotógrafo de stills, ator de filmes porno, cowboy na Disneylandia, as histórias se cruzam e se desmentem.
"O paranóico é aquele que acredita num sentido. (...) É aquele que vê um sentido onde não existe nenhum. O paranóico não pode suportar a idéia de um mundo sem sentido. É uma crença que ele precisa alimentar com ações quase sempre militantes, para mantê-la de pé, tal é a força com que o mundo o contraria. O paranóico é aquele que procura um sentido, e não o achando, cria o seu próprio, torna-se o autor do mundo."

Posts sobre minhas releituras dos livros do Bernardo Carvalho:
Prazer da Leitura
A dança das cadeiras
O Livro de hoje

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