segunda-feira, 30 de abril de 2007

A Serpente





A Serpente, o trabalho apresentado como instalação e vídeo no Parque Lage em 2006... aqui o início e o final da serpente, desenhada sobre um velho exemplar do Thesouro da Juventude... A serpente que come o próprio rabo, o horus-borus, na verdade é a mesma idéia de renovação que postei outro dia com o horóscopo... é preciso sempre se renovar, com base no acumulado no passado, e sempre do velho descobrir o novo, fazer nascer das cinzas frágeis do passado que se esvai, o novo que o icorpora e o transfigura...

Itaú Contemporâneo

O Itaú Cultural, na Av. Paulista 149 (metrô Estação Brigadeiro) é um espaço imponente, instalações modernas e uma programação cultural importante. A única ressalva que eu faço (especialmente para um viajante que chegou direto do Aeroporto com uma valise no peso máximo para bagagem de mão e uma pasta cheia de papéis) é não ter um guarda-volumes. “Nem um lugar onde deixar as bagagens? Nem mesmo para clientes 5 estrelas (eu sou) ?” Não, não tinha. E o principal problema em relação a isso, ao meu ver, não é nem a comodidade do viajante, e sim o fato de que, nos dias de hoje, entrar com bolsas, sacolas e bagagens em salas de exposição vai contra todas as normas museológicas. Enfim. A exposição Itaú Contemporâneo: Arte no Brasil 1981-2006 apresenta as obras do acervo do Banco Itaú, com curadoria de Teixeira Coelho, crítico de arte e curador-coordenador do Masp, e projeto cenográfico de Bia Lessa. Bom, mais uma exposição cenográfica.
O acervo tem obras de peso, que estão apresentadas com um foco sobre a produção contemporânea. Em cada núcleo, um vídeo onde o curador fala sobre as obras exibidas e a concepção do conjunto, de forma bem didática, muito interessante. Como é interessante pensar na importância que assumiu no circuito de arte esta figura relativamente recente, o curador, que nesta exposição sai da obscuridade da coxia para se mostrar como uma obra exposta, o vídeo não apenas comenta mas está em pé de igualdade com o Tunga, o Senise, o Beatriz Milhazes, o...
Em um dos núcleos, uma surpresa que causou polêmica: as obras, em sua maioria pinturas sobre telas, estão expostas não nas paredes mas no chão. Do chão ou sobre “pontes” montadas na sala o espectador passearia entre as obras, apreendendo-as com uma visão nova, diferente da janela renascentista. O fato cenográfico teria desagradado aos artistas. É interessante sim, mas é como aquela coisa da Grande Tela na Bienal de SP de 1980 e antigamente, que reduziu as grandes telas da Geração 80 a um corredor onde estaria uma Grande Tela, esta sim obra da curadora. Claro que os artistas reagem. Ao domínio da cenografia e da curadoria. O grande público aparentemente gosta, como gosta da arte-espetáculo, como faz fila na Oca ou na Bienal o que não parece ser muito diferente do Salão do Automóvel ou da UD. E seria diferente? Difícil entender esta polêmica, pensando no "fim da arte" e em outras análises.
Polêmicas e pirotecnias cenográficas a parte, a exposição é importante e vale à pena ser vista e curtida. Um bom acervo, o do Itaú, e mostrado de uma maneira inovadora. Mas o que eu realmente registrei, em minhas pupilas cansadas após uma Ponte Aérea como sempre atrasada (e também carregando minhas bagagens como uma instalação em toda a exposição) foi uma tela, pequena, do Jorge Guinle. Sei que a exposição teve outras coisas, talvez melhores, mas, meu Deus, onde estava o Jorginho quando pintou aquela pequena tela? em que céu de Matisses, de Delacroixes, onde? um acervo que tem esta tela, e tem também um lindo João Câmara, uma linda Milhazes, um bom Tunga, uma forte Nazarteh, Varejão e outros... Bom, talvez em uma visão conservadora minha o acervo possa falar por si só...

sábado, 28 de abril de 2007

Vendo meu horóscopo

Data estelar: Vênus e Júpiter em oposição, Marte e Urano em conjunção, Lua vazia das 16h15 às 18h46, horário de Brasília.
Escorpião:
Nada voltará a ser como antes, e apesar de isso evocar uma ponta de saudade, porque você desconhece o futuro, chegará o momento, que não durará muito a vir, em que sua alma perceberá ter sido muito melhor superar o passado.
(Oscar Quiroga, www.quiroga.net)
Vale para mim e meus colegas escorpianos, mas na verdade a mensagem de se despojar do passado e entrar sem medo no futuro vale para todos os humanos...

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O Diário Paulistano de Jürgen Partenheimer

Exposição de desenhos de J.P., artista alemão nascido em 1947, na Pinacoteca. Em 2005 o artista foi convidado para uma permanência de um mês em SP, e instalou seu ateliê no Edifício Copan. O Diário Paulistano expressa, com os desenhos e textos produzidos neste local, a angústia causada no artista pela vivência no prédio, uma obra-prima modernista, com seus 32 andares e 5000 habitantes, bem no centro da metrópole.
Os desenhos são muito bonitos e poéticos e os textos interagem bem com o visual. A angústia de habitar o Copan, de ver a paisagem entrecortada pelos detalhes arquitetônicos, da folha de papel em branco... estão lá, não como ilustrações mas como registros de uma vivência.
Uma bela exposição.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Gonçalo Ivo em Sampa


Vernissage da exposição do Gonçalo Ivo em São Paulo, na Galeria Dan, 14 de abril. Na foto, Gonçalo e eu. A tela grande ao fundo foi vendida, juntamente com outras, já no dia do vernissage. A exposição está muito bonita, o trabalho do Gonçalo se aprimora a cada dia, é um prazer acompanhar sua carreira (e ser seu amigo) desde a década de 80.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

SP ferve!

São Paulo ferve!
Fim de semana de 14-15/abril: Estive lá na abertura da exposição do Gonçalo Ivo na Galeria Dan (http://www.dangaleria.com.br/), e ainda: abertura da expo do Luiz Zerbini na Galeria Fortes Vilaça (http://www.fortesvilaca.com.br/) . Curti muito a Feira de Antiguidades da Praça Benedito Calixto (http://www.pracabeneditocalixto.com.br/). No vernissage do Gonçalo conheci pessoas interessantes, ligadas a cinema (http://www.vaziodelicado.nu/)
Fim de semana de 21-22 de abril: Centro Cultural Itaú, mostra Itaú Contemporâneo, muito boa, bom trabalho de curadoria, com a polêmica de quadros expostos no chão (http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2132&cd_materia=2255), Pinacoteca e Estação Pinacoteca, no CCBB a abertura da exposição do Antonio Manoel. E a SP-arte, ótima, onipresente, todos e todas... (http://www.sp-arte.com/) Vale à pena ver, a cada edição fica melhor, mais organizada, mais abrangente. Uma tirada, meio chocante, meio gozação, meio verdade: "vir à SP-arte é melhor do que vir à Bienal..."
Enfim, SP ferve!