terça-feira, 17 de março de 2009

Arte no olho da crise: PULSE New York 2009

Uma notícia sobre a PULSE 2009, a 4a. edição da feira de arte dedicada exclusivamente à arte contemporânea, que acabou de se realizar em NYC (5 a 9 de março), talvez mostre que, apesar da crise econômica, ainda há um mercado de arte atuante, vivo; e talvez mostre algumas tendências que estão por aí.
Esta edição da feira registrou um aumento de 35% na visitação, com cerca de 17.000 visitantes, e segundo os 101 exibidores de 26 países, além da grande visitação (segundo um dos participantes, a visitação foi tal que "o número de visitantes de seu stand nos quatro dias da feira equivaleu a três vezes o número de visitantes em sua galeria em um ano"), as vendas também se mostraram satisfatórias, apesar do clima de incerteza econômica.

Em termos das tendências, verificou-se que trabalhos utilizando novas midias continuam a ser populares, particularmente aqueles utilizando mecanismos complexos ou temas lúdicos e com humor. Exemplos: Mirrors Mirror, escultura cinética interativa do artista Daniel Rozin, feita de 768 ladrilhos espelhados que reagem à presença do espectador (pela descrição vejo como um descendente de um Ubi Bava), vendida a um colecionador tcheco por 150.000 USD; duas obras do artista Jim Campbell com paineis de LED exibindo vídeos, por 50.000 e 36.000 USD; de uma série de catálogos de artistas encapsulados em acrílico e neon, do artista coreano Airan Kang, foram vendidos mais de 20, entre 3.500 e 3.800 USD; e duas animações 3D em tempo real, do artista John Gerrard, vendidas por 25.000 USD.

Digno de nota é o aumento na popularidade e no interesse em desenhos e trabalhos sobre papel (uma tendência que está presente aqui no Rio, haja vista, entre outras, a recente exposição de desenhos na galeria Laura Marsiaj e, abrindo amanhã, a exposição Trabalhos em Papel na galeria Mercedes Viegas); muitos desenhos com os mesmos temas lúdicos ou obsessivos em sua técnica. Exemplos: venda de quatro desenhos em técnica mista sobre papel, 20.000 USD, do artista David Huffman, mostrando elefantes, dançarinas de "dança do poste" e astronautas; de três desenhos/textos sobre papel de caderno comum, de Michael Scoggins, por 10.000 USD; Paul Chiappe, que vendeu 6 dos seus desenhos hiperrealistas por preços entre 5.000 a 8.000 USD, e que foram exibidos com lentes de aumento ao lado, para que o público pudesse verificar que se tratam realmente de desenhos e não de fotografias; e desenhos com linhas obsessivas, feitos repetindo formas livres (rabiscos feitos quando o artista falava ao telefone) até gastar caneta após caneta, do artista inglês Kevin Osmond, entre 2.500 USD e 6.800 USD, além de uma escultura por 7.500 USD.

Pinturas a óleo com superfícies espessas e opulentas também estiveram em alta demanda: venda de pinturas de Alison Schulnik, 14 vendidas já na abertura e até o final da feira mais outras 3, por preços entre 2.500 a 25.000 USD; Kim Dorland, que teve pinturas vendidas por dois expositores, em preços entre 12.000 a 16.000 USD.
A próxima edição de PULSE será em Miami, em 2 a 6 de dezembro, e até lá temos o nosso SP-Arte, agora em maio.
(Fonte: e-Flux)

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