domingo, 28 de junho de 2009

Meeting In Heaven



"Meeting In Heaven" é o título da nova série que iniciei a pintar ontem, são retratos de um hipotético encontro post-mortem, já que os dois ídolos morreram no mesmo dia: Michael Jackson e Farrah Fawcett. Fiz desenhos nos cadernos que uso para estudos; e as pinturas tem todas a mesma estrutura: dípticos com o retrato de cada personagem em uma tela. M.J. puxa para o negro, vermelhos e verdes, e F.F. para o branco/creme, azuis e amarelos/laranjas. As pinturas iniciais eram mais desestruturadas, e até confusas, e M. e F. meio que interagem, como que ainda vivos ou se recusando a morrer; já nas últimas acho que fui chegando em uma coisa mais estática, como efígies, como que "fotos de passaporte para a Ilha dos Mortos". São 5 dípticos, em telas de 27x35cm, 30x40cm e 50x60cm, além dos desenhos, e com isso creio ter encerrado a série.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ouvindo Iggy Pop, Preliminaires


A voz rascante continua a mesma, talvez mais áspera; aos 62 anos, o roqueiro se mantem esguio, a cara de mau, de um feio bonito, e os cabelos grandes e parafinados como um eterno tributo aos anos 1960-70. Mas a mesma ousadia. Iggy Pop deixa por um tempo o som heavy dos Stooges e, iguana, camaleão, sobrevivente, lança um disco bluesy, sem medo de ser considerado careta, de ser tachado de cantor de covers, de crooner. Grava em francês Les Feuilles Mortes (o velho Autumn Leaves, música de 1945 que já na minha adolescência era uma música velha e melosa...) e até um Tom Jobim, o How Insensitive(versão americana de Insensatez , milhas e milhas da versão cool da Astrud Gilberto). O CD é o Préliminaires, o site é fantástico, tem as músicas e clips e muita informação, o velho roqueiro tem o apoio de toda uma tecnologia de terceiro milênio, o que é maravilhoso. Vale à pena navegar no site, ouvir as musicas, ver os clips e curtir. É o que eu estou fazendo, ouvindo sem parar.
Referências: o Live in London, do Leonard Cohen, que comentei aqui no blog; o dark Nicolas Cave, principalmente em Love; e Cake or Death, o último CD do Lee Hazewood, já à morte mas com forças para gravar seu testamento em canções.
Ah sim, e a minha preferida no Préliminaires é o King of the Dogs, um verdadeiro blues onde se sente, ao ouvir, o miasma do Mississipi, estamos em New Orleans, o calor umido, o som de jazz ao longe, andar pelo bairro francês é como voltar a um passado de prazeres ocultos e possibilidades intermináveis; é como saber que em alguma esquina nos espera o amor ou a morte, ou um vampiro entrevistado pelos ares para nos abduzir para sempre e nos retirar das preocupações bobas de pagar as contas no vencimento, brigar no trabalho, dar atenção à família, pagar impostos...
Esta liberdade está na arte, e nos decibéis do CD do Iggy Pop.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Marcello Grassmann e o Thesouro da Juventude


Lendo o belo catálogo da retrospectiva do desenhista e gravador Marcello Grassmann, no Instituto Moreira Salles (em 2007), descubro outro artista que, como Roberto Magalhães (e eu), também foi influenciado pela leitura do Thesouro da Juventude. Além do entrevistador, o curador da exposição Antonio Fernando De Francheschi, também foi leitor, na infância, da coleção que "fez as cabeças" de gerações... Seguem trechos da entrevista:
MG: Lembro quando meu pai comprou uma coleção de grande prestígio na época, o Thesouro da Juventude. Era algo indescritível, um tesouro mesmo. Eu ainda não estava alfabetizado, então não foi pelo lado literário que aqueles livros me fascinaram, mas sim pelas fantásticas ilustrações que traziam.
AFF: Como você, eu ganhei esta coleção de meus pais e, apesar da investida de alguns colegas de estudo, consegui conservá-la em bom estado. De vez em quando releio fragmentos de um ou outro volume. São como as "madeleines" de Proust, têm o condão de nos trazer a infância de volta. Mas talvez o Thesouro da Juventude nos atraísse tanto não apenas por suas imagens, como também pelo excelente conteúdo textual. Além de reproduções das obras dos grandes mestres da pintura, trazia excertos dos melhores romances, novelas, contos e clássicos da poesia brasileira e internacional e as mais variadas informações sobre o conhecimento humano. Tudo vazado numa linguagem acessível a crianças e jovens.
MG: A nossa coleção se acabou de tanto uso porque éramos nove irmãos. Nela vi, pela primeira vez, as gravuras de Gustave Doré (1832-1883), artista cuja obra me marcou fortemente. Mas havia outros grandes mestres dentro de um repertório que ia da arte rupestre à pintura então contemporânea.


Nascido em São Simão, interior de São Paulo, em 1925, Marcello Grassman desenvolveu uma carreira de mais de 60 anos, em desenho e gravura, com um traço inconfundível, e uma temática que bebe nos clássicos, nas vanitas, nas Morte e a Donzela, no medieval; atualizando estes temas a partir do surrealismo e também usando estética e temas próximos às gravuras de cordel. Um belo traço, o desenho forte, preciso e musical, o trabalho de artesão na chapa da gravura, a coerência de uma obra que, discreta e coerente, continua e continuará a nos enfeitiçar; uma obra aparentemente atemporal, mas que revela muito do espírito de sua época.
E sobre o Thesouro da Juventude: veja meu outro blog, com trechos dos livros..

José Spaniol, Timpano


Timpano, an installation of artist José Spaniol, opened last saturday, on Morumbi Chapel, São Paulo. On August 22 there will be a guided visit, with the presence of the artist, and the beautiful installation will be open to visitors until November 22.

Chelpa Ferro


Galeria Progetti, in Rio de Janeiro, will show an installation by Chelpa Ferro Group, opening on July 04. The artists that work together as Chelpa Ferro are Luiz Zerbini, Sergio Mekler and Barrão, all off then with very good individual works.

domingo, 21 de junho de 2009

Cena doméstica


No apart de Brasília, as pinturas (telas 50x60cm) da série da obsessão/compulsão, encostadas na TV; o sol da manhã entra no espaço, tenho que ir trabalhar, bebi vinho ontem a noite, terei um dia corrido, à tarde viajo para o Rio. Podemos pensar nas pinturas como que invadindo todo o espaço, como o faz uma TV que você liga e deixa ligada sem prestar muita atenção para o que é dito; podemos pensar em mecanismos obsessivos para evitar catástrofes; podemos pensar na arte como uma das formas de controlar o mundo. Ou não. Apenas isso, uma cena doméstica (a faxineira deve ter vindo depois que eu sai, e deve ter colocado ordem na casa).

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Uma lembrança

Um sábado, em São Paulo, saímos muito bebados de champagne de um vernissage nos Jardins, fomos à feira da Praça Benedito Calixto (eu não conhecia), tomamos muita cerveja, comprei um cristal pra mim e um pra você; eu sempre tenho medo de beber sem me alimentar então queria comer pelo menos uma fatia de pizza, você falou para irmos em tua casa pedir a pizza pelo telefone e assim te conheci.
O meu cristal está até hoje comigo, na cabeceira de minha cama.
Você me deu uma pequena pintura tua, ela também está na cabeceira de minha cama, me olha sutil, ela também é um cristal.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Inauguração do Projeto Acervo (O Colecionador)





Espalhados harmonicamente sobre uma parede de azulejos brancos com detalhes em azulejos anos 50, os dez trabalhos da edição do Projeto Acervo. Foi a inauguração desta edição, na 2a.feira dia 15, no Bar do Mineiro, em Santa Teresa, que abriu especialmente para a festa. Os trabalhos tinham como companhia a decoração do bar, onde, em meio a objetos característicos "de bar", estão obras de arte como um São Jorge em resina, do Farnese da Andrade; um objeto da série dos ovos, do Antonio Manuel; uma parede com dezenas de pinturas, quase ex-votos, da artista Miriam; uma foto do Thomas Struth; um Radiant Baby do Keith Haring; e muitos outros, parte do que o Diógenes, o dono do bar e colecionador (talvez o maior colecionador particular brasileiro do Volpi) acumula em tantos anos de bar e de visitas a ateliês brasileiros e internacionais.
Em suma, o lugar perfeito, que transmite a paixão pela arte e pelo colecionismo, para o Projeto Acervo, que tem como objetivo estimular novos colecionadores, propondo novas formas de interação artista-colecionador.
E lá estão eles, as estrelas da noite, os dez trabalhos, curadoria do Leonardo Videla e montagem do Leo e da Gisele Camargo. Os artistas, quase todos presentes; e muitos outros artistas também, de várias gerações, compartilhando da experiência e da surpresa do Colecionador ao ver, pela primeira vez, a sua nova coleção.
Arjan Martins: Sobre uma imagem impressa, um trabalho visceral, feito em desenho e pintura, traços e tintas unidos em função da grande expressividade do trabalho do artista. É um trabalho de impacto, como costuma ser o trabalho do Arjan; e um plus: o tema é um crânio, uma vanitas, uma imagem que o artista explora com maestria e que também é uma das (muitas) obsessões do Colecionador.
Alexandre Vogler: Intervenção em uma cédula de R$10,00, substituindo a efígie da República por um inconfundível retrato do artista; o perfeccionismo da intervenção nos leva a duvidar da cédula real, de repente é preciso procurar uma cédula na carteira para me assegurar que o Vogler não está nas cédulas que circulam normalmente... um trabalho que remete ao Zero Cruzeiro do Cildo, claro (semelhança quanto ao uso do dinheiro como suporte, mas profundas diferenças quanto ao processo), mas que vai também a outras referências e significados, com a sutil ironia do artista.
Beth Jobim: Três pequenas telas, um múltiplo, com as formas moduladas que são marca registrada do trabalho da artista; formas que vieram de pedras, de observação da natureza, para chegar a uma contundente abstração. Nestas pinturas as linhas fortes não são azuis, e sim de um terra bem escuro que aprisiona os brancos; num jogo entre fundo e forma que instiga o olhar a uma viagem incessante pela superfície do trabalho; e as diferenças na espessura do suporte, que dá outro nível de dinamismo. Ainda: o trabalho de Beth funciona em tamanho grande, enorme, como já vimos em galerias, e funciona aqui também, em tamanho menor, com a mesma força.
Cadu Costa: O trabalho do Cadu, ao meu ver, sempre agrega um resultado esteticamente bem resolvido, bonito mesmo, a um conceito bem fechado; pode se ver um trabalho do artista, apenas ver, fruir, esteticamente; mas ao se ler sobre "o que está por trás", o trabalho adquire novos significados, o prazer estético se fortalece pelo entendimento racional. Claro que muitos artistas exploram esta dicotomia; mas o que me faz ver o diferencial do trabalho do Cadu é o perfeito equilibrio entre estas vertentes, um equilíbrio conseguido com uma "aparente" simplicidade e de uma forma muito cool. E o trabalho que está nesta edição é assim. Cadu partiu do mecanismo de uma caixinha de música, que toca Pour Elise, de Beethoven; o mecanismo da caixa de música consiste em um cilindro com ranhuras, onde pequenas teclas de metal circulam e "tocam" a música; este cilindro é como "o código" da música, e com isso vemos que há uma semelhança com o processo utilizado, em arte, para gravura. Assim, Cadu trabalhou uma gravura feita a partir das ranhuras do cilindro da tal caixinha de música com aquela música específica; e o resultado é uma gravura em relevo, clean, bonita; e que tem por baixo o DNA da obra tão famosa do compositor.
Gustavo Speridião: Interferência ("nuvem") em uma imagem, uma cena de multidão soviética com texto Gráfica Utópica - O Circo dos Sonhos, faz referência ao quadrado negro do Malevich, às experiências gráficas soviéticas, como Rodchenko.
Gabriela Machado: Uma pequena pintura sobre papel, em tons azulados, esverdeados, amarelados, da série dos novelos, em uma caixa de acrílico que a exibe como a uma jóia. Uma linda pintura, e onde se vê que a mão da artista, que domina os espaços largos de suas pinturas em dimensões maiores, sinfônicas, também acerta ao escolher a escala de uma música suave, de um solo de piano, de uma Gymnopédie. A pintura pulsa, em sua caixa, cresce, explode em cores, e ao mesmo tempos nos fita, pequena, da parede, como que pronta a enfeitiçar o olhar do espectador para um mundo que pulsa em cores, uma explosão, uma fissão nuclear, a explosão de uma supernova.
Gisele Camargo: Escrevi aqui no blog sobre o trabalho da Gisele, apontando para um grande crescimento em pouco tempo, fruto certamente de muito trabalho e muita sensibilidade. Aqui estão três pequenas pinturas, a utilização de suportes quadrados com chassis tipo painel dá um "peso" maior às pinturas, que não mais "flutuam" e sim são fragmentos aéreos de paisagens, como pequenas janelas que recortam um mundo geométrico, gráfico, e cada vez mais painterly; uma delas, com paredes ou painéis em vermelho, é como uma "âncora" construtiva para as outras, detalhes de árvores e de nuvens/montanhas, em tons de brancos e cinzas claros. Funcionam muito bem separadamente, mas no trio adquirem uma força que é bem maior que a soma das partes.
James Kudo: Já conhecia o trabalho de pintura do artista, muito bom, com elementos figurativos bem pintados espalhados no espaço da tela quase sem cor, criando uma nova realidade, estranha, intrigante; mas como não conhecia seu trabalho em desenho, para mim veio como uma surpresa: dois pequenos desenhos, com elementos centralizados em cada folha de papel delicado, pequenas pérolas desenhadas com perfeccionismo. Montados diretamente na parede, seguros por alfinetes na parte superior, apresentam uma leveza e uma fragilidade que atrai o olhar, mesmo no burburinho da exposição; e o olhar fica irremediavelmente apaixonado pelas preciosas figurinhas centrais, com seu brilho nacarado.
Leonardo Videla: Uma pintura do artista, com o tema dos estudos de dobraduras, um dos motivos tão utilizados pelo Leonardo, sobre um fundo metálico, prateado, que, pelas marcas das pinceladas, não apresenta um aspecto frio, tecnológico, e sim de um painterly sutil e dinâmico. Um bom trabalho, forte e conciso.
Raul Mourão: O artista apresentou um trabalho do início desta década, que utiliza um papel bem fino com um corte de um círculo; o contraste é entre o amarelado com marcas do papel e o vazio do círculo, que é formado por subtração. Um bom trabalho, discreto, quase zen; e ao mesmo tempo intrigante e muito bonito na simplicidade e economia de solução.



A opinião geral dos presentes considerou esta a melhor edição, até o momento, do Projeto Acervo, que tem crescido e se consolidado, atingindo seus objetivos de propor a discussão de novas formas de veicular arte, não sendo contra o ciruito de arte, mas sim, de uma forma positiva, contribuindo para criar novos circuitos.
E para mim, um sabor super-especial, pois afinal as dez lindas obras de arte vão me acompanhar e me dar o prazer de fruí-las, dialogar com elas, até o fim dos meus dias...

(obrigado a Gisele Camargo e Nara Reis pelas fotos!)

domingo, 14 de junho de 2009

Pintura como uma obsessão/compulsão


As imagens aqui estão como que em uma frisa, um políptico, mas são imagens de pinturas separadas; e ao mesmo tempo são parte de uma proposta mais ampla; arte como obsessão. Estas são as telinhas 9x12cm, mínimas, e as mais difíceis de pintar, como é difícil pintar miniaturas... Por enquanto 3 conjuntos de 5 telas cada conjunto, em formatos diferentes, e o projeto de mais pelo menos 2, com a mesma imagem que se desdobra.
O mais famoso TOC aqui no Brasil talvez seja realmente o cantor, o motivo para estes meus trabalhos. Mas a pintura como obsessão e compulsão encontra em sua maior representante a japonesa Yayoi Kusama. De suas "redes infinitas" do início dos anos 1960, sua fama midiática em uma NYC dos anos 1970, seu ostracismo internada em um sanatório no Japão e sua redescoberta pelo mercado e pela midia em 1997, ela é um exemplo perfeito de obsessão e compulsão aplicada às artes visuais. Eu não vou tão longe, quero apenas falar de uma imagem que se desdobra, pulsa, se reflete em si mesma, e que, dissecada pela pintura, chega à essencia de si mesma, como o que é: um borrão em tons de azul e verde que impressiona a retina e nela renasce. Enfim.

sábado, 13 de junho de 2009

Sábado no Rio

Chego no Rio na 6a.feira a noite, cansado, muito frio e chuva. Mas o sábado (dia de Santo Antonio, antigamente os solteiros estariam fazendo promessas para encontrar suas caras-metade...) amanhece com um sol que tenta se impor às nuvens e ao frio; é a cara do Rio, bermudão e casaco... e vou às exposições, no circuito da Zona Sul:
1- Amarelonegro, Co.Labor, um mix da produção de artistas contemporâneos e estilistas, exposição bem resolvida com os trabalhos de Efraim Almeida, James Kudo, Raul Leal e Rafael Alonso; e de Isabela Capeto, Kylza Ribas, Marcella Virzi e Marc Greiner. O diálogo entre obra e roupa se faz desde a partir de elementos mais formais (cores, motivos), até chegar a uma verdadeira interação de propostas, no caso da parceria Efraim Almeida e Marc Greiner (o estilista utilizou no vestido elementos feitos pelo artista, e em sua estranheza é um contraponto à estranheza do casaquinho de peles segurado por mãos de madeira como em prece, do artista).

2- Na Laura Marsiaj, Marcus Vinícius, artista paulista. São "quadros", construções feitas de módulos pintados, vidros, cartolinas, em cores vivas, que remetem às pintura e especificamente ao construtivismo. O colorido é muito bonito e às vezes aparece em brincadeiras ópticas; em algumas obras, os quadros se transformam em "Livros", objetos manuseáveis. No Anexo, uma mini-retorspectiva do artista mostra um caminho com coerência e crescimento.
3- No Instituto Moreira Salles, "Olhar Direto: Fotografias de Paul Strand" e "Volpi, dimesnsões da cor", bons trabalhos do artista, com curadoria de Vanda Klabin. O fotógrafo e cineasta americano é um clássico, algumas de suas imagens estão para sempre na memória cultural do Ocidente, e é muito importante uma exposição tão completa sobre o artista. Quanto ao Volpi, uma boa seleção de obras, com obras pouco vistas mesmo entre as tão mostradas bandeirinhas, e um catálogo que parece bem interessante (comprei mas ainda não li, transcreve um debate sobre a arte de Volpi, entre 6 artistas/críticos, mediado pela curadora), mas infelizmente a exposição fica marcada (é o que aparece na midia) pelo altíssimo valor de direitos de imagens cobrado pelos herdeiros do artista para ter seus trabalhos reproduzidos no catálogo e folder da exposição, e que inviabilizou a reprodução. Assim, temos um catálogo onde "o de que se fala", que são obras de artes visuais, é visto apenas por palavras, sem imagens; as imagens do catálogo são fotos dos debatedores; o que no mínimo é curioso; ou anacrônico, quando se pensa que estamos no terceiro milênio, na época da internet e do CreativeCommons. Bom, e o friozinho da Mata Atlântica remanescente nos jardins da antiga casa do Embaixador (um paraíso modernista) é uma maravilha, saio de lá sem nem ver a favela que hoje domina todo o entorno daquele antigo bairro nobre do Rio.
4- Na Anita Schwartz, Abraham Palatnik. Bonitos quadros, com o característico tratamento preciso de tirinhas deslocadas que constrem uma pintura dinâmica, como um op-art feito não só na retina e sim na superfície do suporte. E os objetos cinéticos que vem de um Tatlin, um Gabo, e são uma das caras do modernismo brasileiro, são utópicos em sua mecânica engenhosa, apontam para um futuro como este que era previsto nos anos 1950 e 1960, são uma imagem de futuro que ficou datada (como a visão de Kubrick em 2001 com o voo espacial de uma PanAm que não chegou ao milênio...) e por isso mesmo se transformou em perene. Hoje, um clássico. E é bom que ele esteja vivo, produzindo, e expondo no lindo espaço da Galeria, que acolhe bem tanto um gigantismo de um Nuno Ramos como os discretos e obsessivos movimentos mecânicos do Palatinik.

5- Nas Cavalariças do Parque Lage, reabrindo o espaço tão bonito para propostas artísticas, "Nudez e Território", uma instalação de Cristina Salgado ("Grande nua na Poltrona Vermelha") e uma videoistalação de Regina de Paulo ("O Cubo Paisagem"). As curadoras: Luísa Interlenghi e Sheila Cabo Gerardo. Cristina mostra uma instalação impactante, onde dezenas, centenas, de perfis de mulheres cortados em carpete/feltro (são 900 m2 de tapete), caindo do teto, se espalhando pelo chão, como que deitadas, saindo de, explodindo, em uma poltrona vermelha... Já o vídeo de Regina é quase um caseiro, uma cena de uma praia de Copacabana, crianças brincando no mar; mas a onipresença de um cubo geométrico sobre a imagem tudo transforma, como se a cena quotidiana, atemporal, atingisse uma transcendência da matemática, da construção de uma realidade além.
Depois disso tudo, um almoço tardio em outro monumento modernista, o Parque Guinle, num apartamento dos prédios projetados pelo M.M.M.Roberto. Um luxo. O Embaixador gostaria.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ernesto Neto at Park Avenue Armory


It's closing on Sunday, 14 June. If you are in Rio on Sunday, go to the closing party of BobN's show at MAM; but if you are in NYC, don't miss anthropodino, an installation by Brazilian artist Ernesto Neto, in Park Avenue Armory, at 643 Park Avenue.
More informations, more images, videos... are in the site of Armory, click here

Ernesto Neto no Park Avenue Armory


A imagem é linda, e fala por si só; mas no site do Park Avenue Armory também podemos ver vídeos e mais fotos, e documentação, melhor ainda se formos ao vivo, quem sabe? NYC nesta época é maravilhosa (bom, em qualquer época), e a paranóia do H1N1 está menor... sonhar não custa nada...
Enfim, anthropodino é uma instalação do Ernesto Neto no Park Avenue Armory... e infelizmente acaba no próximo domingo dia 14...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

The Rose, Cy Twombly





As imagens são lindas, mas esta exposição já se encerrou agora em maio. Na Gagosian de Londres, 5 pinturas monumentais do artista Cy Twombly, cada pintura composta de 4 painéis de 252x185cm, com três imensas rosas em cores vibrantes: laranja brilhante, violeta, ouro, vinho, carmim, escarlate, púrpura (e um preto que é também um azul escuro e um verde profundo), sobre um fundo turquesa; no último painel de cada pintura, versos de “Les Roses”, do poeta Rainer Maria Rilke, na caligrafia solta, um grafitti antes do grafitti, característica do trabalho de Cy Twombly.
As rosas, capturadas pelo artista no auge de sua breve vida, são trabalhadas com uma tinta espessa, escorrida, intensamente painterly; e o resultado grita, enche os olhos e os sentidos do espectador. A monumentalidade das obras de Twombly aqui está exacerbada ao extremo; e o ritmo repetido (rosa-rosa-rosa-poema...), onde a cor das rosas e as diferentes palavras marcam as variações, as dissonâncias, as harmonias, é como um mantra; como um gigantesco meta-poema sobre a vida e a morte, sobre a transcendência.

Nascido em abril de 1928, e portanto com seus 81 anos bem vividos, o artista dá um exemplo de vitalidade e força ao lançar trabalhos tão intensos, desafiantes fisicamente e também renovando sua trajetória. Com uma obra que foi bem além da base do expressionismo abstrato, ao incorporar outros elementos como os textos, os mitos gregos e a própria cultura européia (tão diferente, por exemplo, do tão americano e apenas 4 meses mais novo Andy Warhol), uma forte noção de transitoriedade (os trabalhos enormes desenhados com giz sobre lousa comum), o grafitti... Cy Twombly criou uma obra pessoal e inconfundível.
Como Monet, nas Ninféias, trabalhos monumentais que bem poderiam ser adquiridos, juntos, pela mesma instituição (só espero que não seja em Dubai pois aí é meio contra-mão para mim). Enquanto isso, resta-nos ver e rever as imagens pela internet. Há um catálogo, que pode ser comprado no site da Galeria por US$80 (pela Amazon só no mercado secundário, acima de US$100).

Alguns sites:
Cy Twombly na Wikipedia, com direito a foto de As Quatro Estações, obra prima que está no MOMA
Rainer Maria Rilke na Wikipedia
"Les Roses", de Rilke, em edição bilingue francês-inglês

BobN no MAM - Festa de Encerramento


Coerente com abertura da exposição, que foi uma festa, BobN faz a festa de encerramento de sua exposição, no MAM-Rio, no próximo domingo dia 14. Na verdade a exposição apresenta, em sua parte principal, uma instalação que é um autêntico Lounge, com direito a DJs, sofás, laguinho, pistas de dança, luz estroboscópia e as paredes recobertas de motivos do Modernismo (especialmente Tarsila) com uma visão totalmente contemporânea...

BobN at MAM-Rio, closing party


Not only was the opening of BobN exhibition a big party, but the closing also will be another party, on Sunday, 14 June, on MAM-Rio. Actually, the main part of the exhibition is an installation, a Lounge, complete with DJs, couches, dancing spaces, and an all-over decoration full of motivs taken from Brazilian Modernism painters, as Tarsila do Amaral.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Photos ("Só Arte Contemporânea")


If you missed an opening party of a contemporary art exhibition, in Rio do Janeiro, the best way to check how the party was is looking at the photos made by the photographer Odir Almeida. He goes to every art exhibition opening, and his photos are in his site, "Só Arte Contemporânea" (Only Contemporary Art). Don't miss.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Projeto Acervo"


A new edition of Projeto Acervo, curated by artist Leonardo Videla. The Project aims to reach new collectors of brazilian contemporary art. In each edition of Acervo, a collector gets, for a fixed price, 10 works (not multiples) of artists who participated in the project, mixing young artists with artists already consolidated in brazilian art market.
This edition will be shown on June 15, in Bar do Mineiro, in bucolic Santa Teresa, Rio de Janeiro. Bar do Mineiro is a special bar and restaurant, and also a special place for the visual arts, as his owner is also an art collector and has a huge collection of paintings of Volpi, with whom he has a friend.
The artists on this edition of Acervo are: Arjan Martins, Alexandre Vogler, Beth Jobim, Cadu Costa, Gustavo Speridião, Gabriela Machado, Gisele Camargo, James Kudo, Leonardo Videla e Raul Mourão.

"Pontos de Encontro" and "Um Lugar a partir Daqui"


In Brasilia, opening of two exhibitions on ECCO - Espaço Cultural Contemporaneo, tomorrow, June 9:
"Pontos de Encontro"(Meeting Places, Points in Common): drawings and installations by artists Pedro Varela and Carolina Ponte.
"Um Lugar a Partir Daqui" (a place beyond here): a group show, with 15 of the 45 artists who were selected to the important Rumos Artes Visuais 2009: Alice Shintani, Amanda Mei, Ariel Ferreira, Bárbara Wagner, C.L.Salvaro, Coletivo Gráfica Utópica + O Circo dos Sonhos, Dirceu Maués, Elieni Tenório, Kilian Glasner, Rafael Carneiro, Ricardo Mello, Shima, Tiago Carvalho, Vitor César e Yana Tamayo.

Co.Labor, in Amarelonegro Gallery


In Ipanema, Rio de Janeiro, Amarelonegro Arte Contemporanea Gallery is showing Co.Labor, a an exhibition of works by artists Efrain Almeida, James Kudo, Rafael Alonso and Raul Leal, and stylists Isabela Capeto, Kylza Ribas, Marcella Virzi and Mark Greiner. The show goes on until June, 20.

Projeto Acervo, convite


Este é o convite para a nova edição do Projeto Acervo, a inauguração será no Bar do Mineiro, em Santa Teresa, um local tradicionalmente ligado às artes (o dono do bar é talvez o maior colecionador particular de Volpi), na próxima 2a.feira dia 15. E o curador, o artista Leo Videla, escalou um time de primeira, participam os artistas: Arjan Martins, Alexandre Vogler, Beth Jobim, Cadu Costa, Gustavo Speridião, Gabriela Machado, Gisele Camargo, James Kudo, Leonardo Videla e Raul Mourão.

domingo, 7 de junho de 2009

Mais pinturas (nova série)


Sábado e domingo continuo as pinturas da nova série, estudos a partir de uma foto de um cantor brasileiro; agora uso as telas 50x60cm. E aos poucos a série começa a fazer sentido em minha cabeça. Não é uma série "ilimitada" como a dos estudos sobre a vanitas , que tinha esta característica não só pelo potencial infinito de telas na série como pelas imensas variações de cores, formas, tratamento... de cada um dos estudos. Esta série atual já nasceu com "limites" maiores - os tons azuis/verdes da foto original, o personagem na mesma pose, a luz do refletor, a composição centralizada - e aos poucos adquire outros "limites": 5 telas 41x33, 5 telas 50x60, 5 telas (mínimas) 9x12... Como uma obsessão/compulsão, penso, e eu mesmo rio de minha ideia, afinal o personagem destas telas é ele mesmo, o mais célebre TOC brasileiro...
Aos poucos a série se transforma em uma instalação de pinturas, narrando em repetições ritmadas um mecanismo para evitar o horror da morte que está por baixo da nossa pele. Aqui outra das pinturas (50x60cm).

sábado, 6 de junho de 2009

Beatriz Milhazes em Parkett


Parkett é uma conceituada editora suíça com filial em NYC, que se apresenta como "um pequeno museu e uma enorme biblioteca de arte contemporânea", e além de bons livros de arte publica, três vezes ao ano, a revista com o mesmo nome, com textos e imagens de importantes escritores, críticos e artistas internacionais. Até o momento foram publicados mais de 80 volumes, com cerca de 180 monografias e mais de 1500 ensaios, o que faz de Parkett uma das mais completas bibliotecas de arte contemporânea mundial. Em cada número, um artista apresenta um trabalho exclusivo, assinado e numerado; entre outros, já participaram Laurie Anderson, Richard Artschwager, Georg Baselitz, Matthew Barney, Louise Bourgeois, Francesco Clemente, Gilbert & George, Rebecca Horn, Jeff Koons, Brice Marden, Bruce Nauman, Meret Oppenheim, Raymond Pettibon, Sigmar Polke, Gerhard Richter, Cindy Sherman, Andy Warhol. O preço: a assinatura anual (3 exemplares) custa 90 euros mais as despesas de correio.
Está sendo lançado o volume 85 de Parkett, denominado "Transatlântico", que comemora o 25 aniversário da publicação, e nele um destaque é a nossa Beatriz Milhazes.
Em ensaio sobre a artista, Tanya Barson declara que suas pinturas mostram a vida como um "processo perpétuo de renovação e decadência"; em uma entrevista com o músico Arto Lindsay, Beatriz Milhazes "exorcisa o terror claustrofóbico da tela em branco e a presença intimidadora de duas de suas maiores influências, Matisse e Frida Kahlo"; e ainda um ensaio de Barry Schwabsky discorrendo sobre a musicalidade inerente ao trabalho de Beatriz.
Além disso, e mais forte que as palavras, uma linda serigrafia em 18 cores produzida especialmente para a revista, com os motivos das últimas colagens da artista, com papéis de chocolate e que, com a imagem central de um coração pulsante, irradia uma vida e uma beleza que salta das páginas da revista.

Veja mais: Vídeo com uma boa entrevista, em inglês, da artista Beatriz Milhazes, no site de sua galeria em NYC, a James Cohan Gallery

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Co.labor, na Amarelonegro


Abertura da exposição Co.labor, onde o curador Flávio Bragança reune os artistas Efrain Almeida, James Kudo, Rafael Alonso e Raul Leal e os estilistas Isabela Capeto, Marcella Virzi, Mark Greiner e Kylza Ribas. Na Galeria Amarelonegro Arte contemporânea, amanhã, sábado, dia 06/06, a partir das 15:00h. A exposição fica na Galeria até o dia 20 de junho, e pelos artistas e estilistas que participam, vale à pena ir conferir.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Do caos e do vazio, tramas e paisagens fantásticas





Ao entrar no Espaço ECCO, em pleno Setor Comercial Norte de Brasília, sensações contraditórias: de um caos e de um vazio. Fui encontrar meus amigos, os artistas Pedro Varela e Carolina Ponte que, vindos do México, estão montando sua exposição naquele espaço cultural.
Por que estas sensações?
O caos faz parte da montagem de uma exposição, como do ensaio geral de uma ópera ou da entrega final de um trabalho. Aqui são papéis amassados, embrulhos, fitas adesivas, tesouras, xícaras de café, balas de leite da Kopenhagen, linhas e agulhas de tricô; destes materiais heterogêneos como que emergem, aos poucos, os trabalhos, as obras de arte.
E o vazio, pois o espaço é tão grande, enorme, pé direito bem alto, paredes tão brancas, chão de cimento, que parece que nunca será ocupado devidamente pelos trabalhos que emergem, aos poucos, ainda descansando nas mesas ou em rolos de plástico pelo chão, prontos para se espalhar pelas paredes e pelo chão ou cair do teto, mas ainda parecendo pequenos, poucos, tímidos, crianças ante o gigantesco vazio a ser ocupado.
Mas é isso mesmo, hoje é só 5a.feira, a abertura da exposição é na semana que vem, até lá este caos e este vazio terão dado lugar a tramas, paisagens fantásticas, redes, lagos, seres misteriosos, cores e padrões que são música para os olhos; um mundo.
Para o espectador que não acompanhou a montagem, é como se tudo sempre estivesse lá desde o início de tudo, um dado de realidade como é nosso planeta. Para mim, espectador privilegiado que pude acompanhar momentos da montagem da exposição e conversar com os artistas sobre o processo, será visitar um mundo que, afinal, foi "criado", surgiu a partir do nada.
Porém para os criadores deste mundo, Pedro e Carol, será o momento de refletir sobre o mundo criado e que já não é mais deles, passou a pertencer à humanidade, ao patrimônio cultural universal. E, de uma forma natural, voltar seu pensamento e sua motivação, sua inspiração, para a criação de novos mundos, novos espaços, novas dimensões, superar o já criado, mais, mais...
Afinal, este é o destino do artista.
(O Espaço Cultural ECCO fica em Brasília, no SCN - Q 3 - Bl C, e está aberto de 3a. a domingo das 9 às 19h. A abertura da exposição de Pedro Varela e Carolina Ponte será no dia 09 de junho, próxima 3a.feira, e neste mesmo dia abre, também no ECCO, uma coletiva com um recorte do Rumos, que vi no Itaú Cultural em SP. As exposições ficam até agosto, e são excelente indicação para uma visita)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pinturas, uma nova série




A imagem invadiu minha cabeça ao primeiro olhar, do meio de uma pilha de jornais velhos que eu examinava para separar alguma coisa interessante antes de jogar fora. Uma foto, como as várias que eu escolho para usar como material para meus desenhos no caderno de capa de couro vermelho, meu Caderno de Retratos #1. Uma foto, um ícone de um cantor brasileiro, em seu show de 50 anos de carreira, acho eu, o texto não me importou, e sim a imagem, em tons de azul. Icônica sim, impossível deixar de lembrar do altar feito em 1966 pelo Nelson Leirner entronizando outra icônica foto do cantor, jovem, em seu início de carreira, emoldurado em neón. Mas na verdade não é isso que me interessa, o ídolo, a imagem pública construída com cuidado e veiculada incessantemente na mídia. Algo mais me interessa nesta imagem específica, nesta foto, algo transcendente e ao mesmo tempo algo pictórico. Que só pintando eu posso atingir, desvendar.
Não mais a foto de um cantor, não mais uma piada sobre a imagem do cantor, uma crítica ao sucesso, nada disso. E a minha trilha sonora mental ao inciar a pintar esta nova série é o "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones, naturalmente. Nesta nova série, ainda sem nome - que interrompe momentâneamente os estudos sobre as vanitas , mas ao mesmo tempo é outra maneira de dizer a mesma coisa que as vanitas - comecei usando telas pequenas (41x33cm), e me atenho mais à estrutura e paleta da foto original (até nem tanto, faço variações, mas não as invenções ilimitadas dos estudos sobre as vanitas). Do cantor, o que restou é o terno e a pose, pois substituo seu rosto por uma máscara mortuária, um ser mutante ou um crânio (onde aparecem traços de minha admiração por, entre outros, Bacon, Ensor, Giacometti e Basquiat). Aqui, algumas das 5 telas já terminadas.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Poligrafa na Gravura Brasileira


A Galeria Gravura Brasileira, de SP, agora comercializa as gravuras da Polígrafa, importante impressora de Barcelona que, além de livros de arte, edita gravuras de importantes artistas como Francis Bacon, Christo, Daniel Senise, Tunga, Nelson Leirner, Guillermo Kuitca, León Ferrari, Helen Frankenthaler, Tapies, Liliana Porter, entre muitos outros. A Gravura Brasileira já conta com importante acervo e representa bons artistas, entre os quais destaco os paulistas Claudio Murbarac, Fabrício Lopez e Ulysses Bôscolo (cujas obras são mais difícieis de encontrar no Rio), e agora, com esta parceria com a gráfica espanhola, amplia muito sua oferta de boas obras.