
Eu estava indo de São Paulo para São José dos Campos, uma manhã de outubro do ano passado, por uma das auto-estradas cheias de postos de pedágio, quando uma imagem me entrou pelos olhos e ficou gravada em meu cérebro.
Tudo muito rápido, o carro na velocidade máxima, meus companheiros de viagem conversando sobre a reunião que teríamos logo mais em São José, eu ainda meio sonado... quando, talvez sobre a porteira de uma daquelas fazendas, vi, muito rapidamente, uma bandeira. Simples. Branca, com dois retângulos vermelhos desalinhados.
Aquela imagem me perseguiu, e alguns dias depois, já de volta a Brasília, comecei uma série de pequenas telas (pequenas mesmo, 15x20cm) com estudos sobre o que me lembrava da bandeira, mesmo sem saber seu significado.
Como que querendo, precisando, recapturar aquela imagem (que provavelmente nunca mais verei), para me libertar dela, extraí-la de minha retina, de minha memória, apagá-la para sempre daquela paisagem verde de uma calma fazenda na beira de uma auto-estrada.
Por trás da bandeira, nas minhas telinhas, aos poucos aparecem os crânios, os esqueletos, as vanitas, e assim se fez uma pequena série de pinturas, como sempre o tema apenas um pretexto para brincar com cores, com as formas, experimentar contrastes, texturas, escorridos, transparências... enfim, com a pintura, desta vez em um mínimo universo de apenas 15x20cm.
Depois, pesquisando na internet, cheguei a uma bandeira semelhante.
Não uma bandeira de um país, nem pavilhão de uma família nobre, de um clã ou de um time de futebol, e sim uma das bandeiras de sinais náuticos.


Uniform | Você está indo em direção a um perigo | ![]() |
Se eu tivesse um país ou um clã, esta seria a minha bandeira.
Um comentário:
Que bacana saber da origem de suas belas telas.Parabéns.
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