sábado, 2 de maio de 2009

Braco Dimitrijevic ("O Louvre é meu estúdio, a rua meu Museu")


Braco Dimitrijevic, nascido em Sarajevo em 1948, é um dos pioneiros da arte conceitual, já que em 1963 fez seu primeiro trabalho conceitual, a Bandeira do Mundo, onde criou uma bandeira alternativa para a bandeira nacional (hoje temos um artista carioca, Marcos Abreu, que trabalha em criar bandeiras alternativas para países não existentes - a bandeira da Antártida, por exemplo).
No anos 1970, Dimitrijevic trabalhou com o contraste entre anonimato e notoriedade. Em sua série "Casual passer-by", gigantescas fotos de pessoas anonimas eram mostradas em proeminentes fachadas e outdoors em várias cidades da Europa e USA; o artista também criou monumento aos passantes e instalou placas memoriais em honra de cidadões anonimos.



Foi quando começou a trabalhar em instalações que incorporavam pinturas originais de coleções de museus, os "Triptychos Post Historicus", que uniam em uma síntese harmoniosa: a Grande Arte, objetos de dia-a-dia, e frutas... A declaração feita pelo artista - "Louvre is my studio, street is my museum" - expressa a natureza dialética e transgressiva de sua obra. Nestes ultimos 30 anos, Dimitrijevic mostrou cerca de 500 destes tríticos, com pinturas de uma Madonna de Leonardo até um Quadrado Vermelho de Malevitch... em vários museus como a Tate, o Louvre, o Musée d'Orsay, o Centre Pompidou, o Guggenheim Museum New York e o Museu de São Petersburgo.
No início dos anos 1980, Braco Dimitrijevic trabalhou em instalações onde animais selvagens aparecem lado a lado com artefatos e obras de arte, assim colocando em confronto dois modelos culturais - o modelo ocidental e o modelo de outras culturas que vivem em harmonia com a natureza (ou pelo menos os ocidentais assim o acham). O artista diz que "If one looks down at the Earth from the Moon there are virtually no distance between the Louvre and Zoo", propondo uma visão harmonica da realidade, livre de rígidas classificações científicas.
O artista está com a sua primeira retrospectiva na França, no Museu de Arte Moderna de Saint-Étienne, exibindo cerca de 90 obras de todas as suas fases, iniciando com A Bandeira do Mundo, de 1963, até os trabalhos mais recentes, instalações combinando objetos quotidianos com fotografias de Kafka, Malevitch, Tesla etc.
Ah sim, eu não estou lá... gostaria de estar e ver, pois o trabalho do Braco Dimitrijevic é muito interessante.

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