sexta-feira, 22 de maio de 2009

Exposições no Rio

No Rio, tempo bom, semana de promoções em um ótimo circuito de restaurantes (Rio Restaurant Week, que acaba domingo), e boas exposições com predominância de pintura (boa pintura):
1- Na Caixa Cultural, Doida Disciplina, exposição de pinturas da Gabriela Machado. As pinturas são lindas, cores em tinta espessa, uma pintura de pele, como diz a artista, falando do processo de seu trabalho em um interessante video que acompanha a exposição. Em duas pinturas sobre papel, grandes, a tinta a óleo dá lugar à tinta acrílica, com tratamento de aquarela, também com ótimos resultados.
2- Na Lurixs, Downtown, pinturas do artista português Manuel Caieiro. Não o conhecia, vi seu trabalho na SP-arte e me chamou a atenção, e esta exposição está muito boa. São pinturas de estruturas, detalhes de construções em perspectiva, em um vermelho forte, com um trabalho de pintura que incorpora o acaso, os erros, o apagar, o recobrir, o escorrer, o descascar, tornando vivas as estruturas precisamente desenhadas.
3- Na Cândido Mendes de Ipanema, pinturas e instalações do Lauro Müller. O artista pinta, com cores fortes, em lona preparada para pintura e recorta o suporte em pequenos pedaços, que são combinados para formar cascatas de fios, "borboletas" revoantes em móbiles, ou colocados como "grama" sobre telas.
4- Na Laura Alvim, Melantrópicos, de Janaina Tschäpe. As formas orgânicas tem algo a ver com as formas de flores, as cascas, as jacas, os "pendurados" da Gabriela Machado; mas Janaína trabalha com fotografias e vídeos: pessoas vestidas com roupas estranhas, balões, tubos; em performances e instalações. Um mundo estranho, dinâmico, "depois da chuva" (penso na Hard Rain do Bob Dylan), uma chuva que é uma renovação; um sonho, onde um balão sobre uma cama infla e infal até explodir em outra chuva, uma torrente, uma cascata; e uma mulher que gira e gira até cair desfalecida. Uma bela exposição, e o bonito espaço a Laura Alvim que se renovou com uma boa programação, iniciada pela exposição do José Damasceno.
5- Na Galeria 90, Gabinete de Leitura do Amador Perez. Trabalhando a partir de obras-primas da pintura que estão no imaginário coletivo, o artista faz um primoroso trabalho, integrando o manual com a computação gráfica. São "desenho, pintura, mascaramento, colagem, raspagem, descamação, rebatimento, inversão de cores, relação positivo-negativo, tonalização,superposição, filtragem e fusão...", utilizado para construir histórias, sequencias, e mostrar outro lado das imagens já tão conhecidas. Um trabalho que tem a marca de cuidado, beleza e perfeccionismo de toda a trajetória d artista.
6- Na Anna Maria Niemeyer, Edmilson Nunes, em Deus, um trabalho muito colorido, com uma vertente carnavalesca, onde o kitsch é um ponto de partida para a celebração de um prazer para os olhos.
7- Ainda, rever, de passagem, em seus últimos dias, a Gisele Camargo na Amarelonegro e o Carlos Mélo na Laura Marsiaj.
8- E um surpreendente "disco voador", uma proposta artística, que sobrevoa as praias do Rio... A obra do artista plástico norte-americano Peter Coffin (pendurada a um helicóptero como a cruz do Dolce Vita), começou a sobrevoar as praias do Rio a partir das 19h30 deste sábado. O disco voador tem sete metros de diâmetro, e com a telões instalados em sua estrutura, projeta visualizações e imagens luminosas. O Rio é a segunda cidade no mundo a receber esta obra, já exibida na Polônia, em 2008, e vetada em NYC, devido ao trauma do 11/setembro.
(Pesquisando na internet, descobri um vídeo que transforma o MAC em um disco-voador que sobrevoa a linda paisagem do Rio, comandando por um Niemeyer transformado em uma figura mítica, um xamã... clique aqui para ver este video)

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