quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Exposições no Rio - 5 (na verdade, Niterói)


É um lugar comum falar da beleza do MAC, bem como das dificuldades que ele apresenta para ocupação por uma exposição: as paredes curvas, a competição entre a vista magnífica e as obras de arte... Mas esqueço tudo isso ao chegar ao Museu, em um lindo dia de sol, e me deixar invadir pela beleza das formas criadas pelo Niemeyer e da paisagem, das formas sobre a paisagem, da paisagem que invade as janelas estrategicamente posicionadas...
Nosso almoço foi no Bistrô do MAC, um pouco caro em relação ao que oferece (a menos, claro, da vista...). Niterói em termos de serviços é um pouco como Brasília (ou como o Nordeste), muita simpatia mas um certo "atolamento", enfim... mas a comida satisfez.
Três exposições em cartaz no Museu:
1- "Migranti", do artista italiano Sergio Fermariello: São pinturas e "figuras hieroglíficas", em aço recortado.
2- Arte Contemporânea Brasileira, coletiva com obras das Coleções João Sattamini e do MAC, uma boa exposição, boa oportunidade de rever boas obras como uma instalação do José Rufino, bonitas telas da Beatriz Milhazes e do Daniel Senise, um duo de imagens vestidas do Efraim, e outras.

3- Rota, exposição do artista Afonso Tostes, com curadoria de Guilherme Bueno.
A mostra não é descrita como uma retrospectiva do artista, porém a presença de momentos diversos de sua carreira do artista oferecem um pequeno panorama de sua trajetória, no que diz respeito aos trabalhos tridimensionais (em uma exposição no Paço há alguns anos pude ver, ao lado das esculturas, bonitas pinturas, grandes, do Afonso Tostes, mas no meu entendimento o ponto forte são mesmo as obras que estão neste recorte exposto no MAC).


Assim, podemos ver as esculturas em madeira com as quais o artista inicia sua pesquisa escultórica, e que funcionam muito bem em conjuntos, instalações ("florestas") como nesta mostra, são as "pernas de três". E trabalhos inéditos: a série "perna de árvore", mistura de escultura e galhos de árvore; "sem limite", esculturas montadas em bases brancas menores que as peças, fazendo com que boa parte da obra fique para fora do suporte; e uma terceira série intitulada "de dentro para fora ou escalada", com ossos de resina acrílica montados como se estivessem saindo da parede, ou como uma parede de escalada. A exposição está instalada na varanda, e portanto competindo com a bela paisagem, mas a obra do Afonso Tostes tem uma força orgânica e uma precisão que a fazem sustentar bem o confronto. E que nos fazem desejar ver mais da produção do artista.

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