Em post anterior falei sobre a beleza do Rio, e nada como lindos dias no Rio, especialmente em Ipanema, para comprovar. O sol na medida para espantar o inverno e os vírus da Influenza A, o mar de uma cor linda, o céu de puro azul, pessoas bonitas no calçadão...
E na
Galeria Ipanema, as fotos de
César Barreto em
Novo Pouso, Novas Imagens, mostram o Rio de Janeiro em toda a sua beleza: montanhas, mar, nuvens, árvores; em preto & branco, com uma nitidez impressionante, conseguem transmitir a cor do rio, o movimento das ondas, o vento nas nuvens... E também fotos da série
Moedas de Areia, são fotos de moedas desgastadas, oxidadas, pelo tempo e pelas intempéries, em ampliações que nos fazem vê-las não como objetos quotidianos mas como ícones misteriosos de um passado. Além disso, parte do acervo da tradicional galeria: 2 lindos Ivan Serpa da série Geomântica, Maria Leontina e Milton Dacosta, Mabe, Waltercio, até uma tela grande da inglesa contemporânea Sarah Morris.
Na
Galeria Laura Alvim, em
nuvem,
Laura Lima transformou a varanda fechada por vidros, com sua visão para a praia cheia e o mar azul, em um estranho
fumoir, com cachimbos e charutos refeitos, em estranhos formatos, pela artista. Nos dias de hoje, sob o império do antitabagismo, um
fumoir é um anacronismo e também uma coisa extremamente transgressora; e a nuvem de fumaça envolve a exposição neste clima. São fotos antigas, de um livro sobre Art Nouveau, transmudadas com o Photoshop em delírios surrealistas; elementos das fotos, como as mãos que saem de uma parede para segurar um quadro, são colocados pela artista na galeria, não como representação mas como mãos humanas que saem da parede e seguram, exibem, o quadro (a foto antiga com as interferências), um castiçal com uma lâmpada, ou ajudam os usuários do
fumoir; uma orelha humana, com um brinco enorme, sai de um pequeno orifício da parede...
Ainda: no fumoir, um pequeno castelo de areia é usado como um cinzeiro, dezenas de guimbas de cigarros o perfuram como setas, como espinhos, como apêndices mal-cheirosos em uma representação de pureza da infância... Um clima mágico, onírico, surrealista mesmo (as mãos que seguram tocheiros em
A Bela e a Fera do Cocteau). Uma bela exposição, um trabalho bem pesquisado e bem executado, forte e suave como a fumaça mentolada...
Na
Galeria Laura Marsiaj, uma exposição da artista
Celina Yamauchi e, no Anexo, três grandes telas do
Arjan. A artista paulista trabalha com fotos/negativos que são scaneados, imagens de dois ou mais negativos são justapostas, e o resultado final é impresso digitalmente; é como uma foto digital feita a partir de fotos analógicas; e a desconstrução da fotografia fica mais evidente quando a artista inclui desenhos, rabiscos, sobre os negativos, reforçando ou comentando suas imagens com traços rápidos com a pulsação da mão humana. Em alguns, o desenho (a linha) vem de réstias de luz, a foto+grafia.
Já o artista carioca ocupa com suas telas o espaço do Anexo; propositalmente, do piso ao teto, de parede a parede, esmagando o espectador, uma Capela Sistina profana. O traço do artista, vivo, fluido e carregado; palavras escritas, vestígios de latim; ossos e crânios, corpos em torção; recobertos de tinta, de velaturas, de escorridos; nuvens, vertigem, um pulsar de imagens, e ao mesmo tempo uma calma de um céu, de um paraíso para sempre perdido.
Na
Galeria Maria de Lourdes Mendes de Almeida, do Centro Cultural Candido Mendes,
Regina Váter apresenta
VerVê ou Olho da Onça, uma instalação, desenhos e fotografias apresentando, segundo a artista, a sua "maneira xamanística de abordar a arte". A instalação é um grande desenho, no piso da galeria, feito em milho, arroz e feijão preto, compondo figuras em espiral que remetem à forma da onça pintada. As fotos, “natureza eletrônica”, como comenta a artista, são ampliações de trechos de documentários animais vistos em uma tela de televisão com cores e brilhos distorcidos.
Um comentário:
Jozias , muito bom seu blog,comentários e obrigado também pelas ótimas imformações.abrs.
Bernardo Damasceno
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