

Como notícia já não é novidade, mas não custa lembrar, para não ficar esquecida no monte de novos escândalos que aparecem a cada dia.
Sérgio e Hacilda Fadel acumularam uma espetacular coleção de arte brasileira, com cerca de 1.500 peças, do início do século XIX aos dias de hoje. A coleção foi apresentada ao público em exposição no CCBB, em 2002, e também através de livros e catálogos.

A filha do casal, a advogada Marta, a caçula, que nas matérias da Veja à época da exposição do CCBB foi apresentada como "a grande conselheira do pai no que diz respeito a novas aquisições" e como ela mesma, com o marido, filho do senador e agora Ministro Edison Lobão, grandes colecionadores (as matérias não falam sobre o perfil da coleção do jovem casal).


Bom, eu pelo menos gostaria de ver uma declaração coerente destes colecionadores, dizendo que fizeram tudo por amor à arte, e que precisavam deste salário de funcionária fantasma para comprar quem sabe, um Antonio Dias, um Vergara ou um Krajcberg que absolutamente "estava faltando" na coleção... Se fosse assim, eu até "entenderia" a situação, como entenderia a situação de mãe faminta que rouba um pão para alimentar seu filho ("entender", claro, não significa que eu "validaria" os atos, é apenas um entendimento da motivação para uma ação eticamente errada). Custa-me crer que não foi isso, e que o jovem casal da elite precisava receber este salário de fantasma para complementar um orçamento... assim, sem motivação, o emprego fantasma passa a ser apenas mais uma, entre tantas, demonstração da arrogância do patriciado que vem da sensação ou certeza de impunidade, uma "peça" de anti-ética que mancha a estética das obras de arte da coleção.
E sobre o Senado? já andou pela midia um movimento para simplesmente extingui-lo, acabar com o princípio bicameral que é utilizado em muitos outros países mas que não em todos. Sem analisar a fundo a questão, penso que eu hoje com certeza assinaria uma campanha neste teor.
Veja mais detalhes e mais sobre os escândalos do Senado.
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