sábado, 25 de julho de 2009

"Um exército de mim": auto-retratos


Pintei o primeiro auto-retrato ainda em junho, a ele se seguiram outros, toda uma série, pintados em frente ao espelho, depois o retratado é o artista, com a tela em branco, a taça de vinho, a ampulheta vinda das vanitas, e mesmo um auto-retrato visitando o "cenário" de uma vanitas.
Então, de volta ao básico, uma nova série ou sub-série de auto-retratos, só o rosto, em pose de um 3x4, em frente ao espelho, uma careta, a boca crispada, os dentes arreganhados. Uma expressão de cão de guarda; em minha cabeça martela a música da Björk, dela tiro o sentido e título da série: "Um Exército de mim" ("...and if you complain once more/you'll meet an army of me...").

Telas pequenas, enfileiradas, em conjuntos. Tratamentos diversos, experimentação de cores, contrastes, escorridos, metálicos, texturas com muita tinta ou em aguadas, geometrizantes ou quase expressionistas, elas destilam minhas muitas influências, os pintores que gosto, que vi e vejo, os graffitis, as histórias em quadrinho, as fotos de jornal, as xilogravuras de cordel. Em comum, os dentes à mostra, um exército de mim pronto para defender ou se defender do que? de uma guerra que não veio, de um mundo conturbado... ou não, apenas tinta sobre tela, pinturas...



Por que os auto-retratos? Penso mais sobre isso tudo e analiso que para mim na verdade não importa tanto o auto-retrato, a expressão do meu eu interior ou algo assim, me interessa mais usar o tema para fazer pintura, como usei as vanitas ou os Habsburgos e Bragança.
Além disso, uma verdade para todos os pintores de auto-retrato de há séculos: para pintar a figura humana, o auto-retrato permite usar o modelo vivo mais à mão, mais paciente e mais econômico, o próprio pintor.
E, é claro, o "és pó"...
Tamanhos dos auto-retratos "Exército de mim": 18x24, 22x27, 24x30, no máximo, até agora, em 30x40cm)

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