Direto de São Paulo, em uma lan-house do shopping da Frei Caneca, postando tópicos sobre as exposições que vi hoje, depois complemento com imagens e mais comentários. Um sábado de sol, gostoso, muita gente nas ruas, agora esfriando e eu ainda de bermuda (e suéter), nada que um jantar com um viño tinto não resolva.
1- No Itau Cultural, Rumos Artes Visuais. O curador é o Paulo Sérgio Duarte e o tema é Linhas do Desejo. Boa exposição, um bom apanhado de artistas jovens no Brasil inteiro, faço meu corte e destaco: Álvaro Seixas (com 3 pinturas de paisagens que vi na Amarelonegro e que já comentei aqui, gosto muito); Diego Belda (paulista, são 2 esculturas de parede, "mesas de sinuca" descontruídas, em fórmica e coloridíssimas); Fabrício Lopez (uma xilo enorme, colorida, presa na parede como cartazes ou intervenções urbanas, falo dele mais ao comentar a individual na Estação Pinacoteca); Felipe Cohen (esculturas com granito, feltro e caixas de papelão); Felipe Scandelari (pinturas!!!!); Flávio Araújo (pequenas pinturas sobre pvc, a partir de fotos de jornais de violência); Ilma Guideroli (a artista mistura plantas baixas de casas com mapas de localidades diferentes, criando seus espaços indeterminados); Julia Amaral (são jóias feitas a partir de bichos - uma lacraia de prata, aranhas, sapos... um pássaro morto se decompondo, em bronze...); Laerte Ramos (uma bataçha naval em escala humana, a ser jogada "de verdade" por oponentes em baias separados por um vidro, as peças são feitas de cerâmica); Nino Cals ("colunas" sustentam o teto, feitas de madeiras finas como cabos de vassoura e tendo ao alto objetos de plástico bem colorido: bacias, baldes...); Tiago Romagnani (video e instalação, mostra plantas em vasos que, retiradas da posição com a queda do vaso em 90º, voltam a procurar a posição para cima, uma metáfora para a vida, para o homem); Yana Tamayo (fotografias de objetos domésticos de plástico bem colorido que ficam monumentais à frente do Museu da República, do Niemeyer, em Brasília).
2- Galeria Luís Strina: Carlos Garacoia com "Cómo Hacerse Millionario a Través del Junk Mail"; e Marlon de Azambuja, brasileiro radicado na Espanha, com pássaros em gaiolas que reproduzem o MASP, o New Museum de NYC e a Tate Modern, bem interessante; e maquetes.
3- Mônica Filgueiras Galeria de Arte: Escrita, mostra com trabalhos de Mira Schendel, León Ferrari, Raquel Kogan, Gilberto Guimarães Bastos e Ozi.
4- Pinacoteca: "Fernand Léger, relações e amizades brasileiras", uma boa exposição, oportunidade de conhecer mais sobre Léger e as afinidades com o Brasil; lado a lado, um Léger e uma Tarsila (aluna do artista), mostram que as afinidades e as influências foram muitas. Léger hoje talvez parece datado (e é mesmo, a ideologia do modernismo, da máquina como nova linguagem, do Carlitos de Tempos Modernos, está toda lá), mas influenciou uma geração e é parte importante da história da arte mundial e especialmente da brasileira ; Monumetria, do grupo Delenguaamano, disseca a trajetória de um monumento (a estátua de Ramos de Azevedo, construtor da Pinacoteca e de muitos outros prédios em SP); Last Minute, instalação de Jorge Macchi e Edgardo Rudnitzky, um gigantesco relógio onde os ponteiros giram captando sons do atrito com o mármore do chão do Octógono, espaço central da Pinacoteca; À Procura de um Olhar: Fotógrafos Franceses e Brasileiros Revelam o Brasil, uma boa exposição de fotografia.
5- Estação Pinacoteca: Daniel Senise, é a mesma exposição que já vi no MAM-Rio, uma bela exposição, com ênfase nos trabalhos mais recentes (gostaria de ver uma verdadeira retrospectiva do artista, com trabalhos dos anos 1980 e 1990); e Fabrício Lopez em Valongo, lindas xilogravuras, grandes, coloridas, gosto muito do trabalho do artista, que usa a xilogravura como meio para uma obra super-contemporânea, com estreito parentesco com street-art e pintura.
malga | Santa Helena
Há 4 dias
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