terça-feira, 24 de novembro de 2009

Luiz Aquila, em Brasília


Hoje, abertura da exposição Luiz Aquila e suas aventuras na arte, na Caixa Cultural de Brasília.
Dias antes da exposição, um susto, manchete de todos os jornais: as obras da exposição, já embaladas e a caminho de Brasília, foram roubadas, com o restante da carga do caminhão que as transportava; dois dias depois, a partir de uma denúncia anônima, foram recuperadas em uma casa na favela de Vila Pinheiros, no Rio de Janeiro.
Passado o susto, estão todas lá: coloridas, musicais, transbordantes de harmonia e movimento. Uma boa expoisção. Já é um lugar-comum chamar o artista de um dos pais da Geração 80, mas é uma verdade: os ensinamentos e a vivência com Luiz Aquila e com os demais professores do Parque Lage foram essenciais para que aqueles jovens no início dos anos 1980 redescobrissem a pintura, o prazer de pintar, o profissionalismo e a seriedade do ofício.
Na exposição, telas de 1987, 1999, convivem com telas recentes (2008, 2009), a linguagem é coesa, o estilo inconfundível, a qualidade homogênea. Em uma tela de 2009, A Pintura Retomada, uma surpreendente figuração em meio às manchas abstratas: quatro pássaros em traços vermelhos, voando, em diálogo com os campos de cor, com lilases e verdes que se misturam em massa de tinta, com grades e traços em sugestões de massas e de movimento. Em uma tela de 1999, Pintura Retangulada, os tons vivos e alegres cedem espaço a tonalidades baixas, escuras, de verdes, ocres e marrons; mas nem por isso tristes; sóbrios, sim, mas não tristes, para baixo.
Pinturas sobre papéis, sobre jornais, sobre serigrafias. Uma tela horizontalmente monumental, Canteiro de Obra, de 2002, com 1,57 x 17,96m, se estende, em seus fundo de azuis, como um horizonte em pulsação, como uma passarela para o céu, como um infinito melódico.
A Pintura e o Vermelho de Três Pontas, de 1992, com 2,40 x 2,60m, tem forte impacto pelo contraste entre os azuis e os vermelhos do triângulo; como uma vela sobre o céu com nuvens, o vermelho flutua; para se transformar talvez em um coração, e voltar a ser o que é: pintura, simplesmente pintura, da melhor qualidade!

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