segunda-feira, 7 de junho de 2004
999 dias/999 desenhos
Como proposta é claro que é um descendente direto de propostas do Christian Boltanski nos anos 1970, ou um pouco como muitas outras propostas que falam do passar do tempo, do marcar o tempo (Opalka, por exemplo) E como desenho, folheando agora os já 5 cadernos, chegando na marca dos 300 desenhos, o resultado é bem irregular: bons desenhos, esboços, anotações, pesquisas, rabiscos... Mas ter começado este trabalho, em agosto de 2003, na onda de minha retomada das artes, foi muito importante para mim, como está sendo importante dar continuidade, um desenho a cada dia, como um diário sem palavras (às vezes com palavras), sem a preocupação de refletir o ocorrido a cada dia, mas marcando a passagem do tempo, a passagem do meu tempo. Como o náufrago ou o prisioneiro marcando os dias de sua pena. Ou o general ainda vitorioso contando os mortos e se sentindo cada vez mais vivo.
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