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domingo, 28 de fevereiro de 2016
Terra de casas vazias
Terminei "Terra de casas vazias", o terceiro livro que leio do autor goiano André de Leones. Lançado em 2013 e mais ambicioso que os outros, é um romance que se estende por Brasília, São Paulo e Jerusalém, tem 5 núcleos nos quais os personagens se cruzam em sua busca por algo inatingível. Os outros livros dele que li até agora: "Hoje está um dia morto" (2006), prêmio no Concurso SESC e "Dentes negros" (2011), o que mais gostei. Achei "Terra de casas vazias" interessante, mas me parece que falta "algo", talvez a força que aparece na escrita dos outros; os personagens deste novo romance são bem caracterizados e tem seu fundo negro, muito negro; o enredo tem situações forte, mas para mim tudo parece um pouco inconsequente, como se a narrativa não aprofundasse. Os outros livros do autor que já estão na minha fila de leitura são: "Paz na terra entre os monstros" (2008) e "Como desaparecer completamente" (2010), que consegui bem barato na Estante Virtual. Este último foi parte do projeto "Amores Expressos", que enviou alguns escritores a cidades onde escreveram seus livros - e que nos trouxe entre outros os ótimos livros do Bernardo Carvalho, do Joca Reiners Terron, do Daniel Galera - mas o do André de Leones ao final não foi aceito pelo projeto e acabou sendo publicado pela Rocco; bom, estou curioso.
Artista visual, estudou com Ivan Serpa, Anna Bella Geiger, Rubens Gerchman, John Nicholson, Chico Cunha, José Maria Dias da Cruz, Katie Van Scherpenberg. Exposições individuais na Galeria Macunaíma 1981 e na EAV Parque Lage 1982. Na década de 1980 participa com desenhos, Super8 e instalações, do Salão Nacional de Artes Plásticas, Salão Carioca, Mostra de Desenho Brasileiro do Paraná e da XVI Bienal de São Paulo 1981. Na década de 1990 trabalha com multimeios, design gráfico, webdesign e tecnologia da informação, retornando ao desenho e à pintura em 2003. Em 2004 participa do Salão de Paraty e de coletiva de pintura na EAV. Em 2005 e 2006 participa de coletiva na Galeria Gentil Carioca e de eventos com o Grupo Pyrata (Rio) nas barcas Rio-Niterói e no Parque Lage. Entre 2006 e 2010, em Brasília, se entediou e gerenciou um Projeto em Inteligência Artificial. No Rio em 2010, retoma os cursos no Parque Lage (João Magalhães, Malu Fatorelli, Suzana Queiroga, João Atanásio, Gianguido Bonfanti) e tem ateliê na antiga fábrica da Bhering. Trabalha como editor de livros sobre arte, a coleção Pensamento em Arte, da Editora Apicuri. E continua vampiro.