O conceito original é do evolucionista
Julian Huxley, irmão do escritor
Adous Huxley, e foi retomado por outros autores como
Richard Dawkins. Em defesa do conceito de que a vida poderia surgir por acaso, Huxley argumentava que, desde que dispondo de tempo suficiente, um grupo de macacos datilografando aleatóriamente poderia eventualmente produzir como resultado as
obras completas de Shakespeare.
Um conceito semelhante está em
Borges: a
Biblioteca de Babel, infinita, com volumes onde as letras se dispõem aleatóriamente. Por ser infinita, esta Biblioteca contém livros com todas as combinações possíveis de letras e, portanto, contém todos os livros que foram ou que podem vir a ser escritos.
(A Biblioteca de Borges me remete diretamente a trabalhos da pintora
Maria Helena Vieira da Silva e também a uma tela de
Miguel Barceló. E hoje este conceito é visto como uma "premonição" de Borges sobre a Internet, que seria a verdadeira
Biblioteca-infinita).
E o tema dos "
macacos longevos" ficou em minha cabeça até que apareceu em uma série de desenhos que estou fazendo, em técnica mista (pastel oleoso, nanquim e aquarela), em meus caderninhos: escritas, garatujas, cores em interação e formas aleatórias se combinam e neste caos se vê sugestões de uma ordem.