sexta-feira, 28 de maio de 2004
Uma vivência radical
A pintura é uma forma radical de se ver o mundo. De viver o mundo. A pintura é uma vivência radical. Quando se pinta, nunca mais o mundo será o mesmo. Nunca mais aqueles tons bege, aquela música de elevador, aquelas salas de reunião com toda a etiqueta oriental da troca de cartões de visita, os correios eletrônicos corporativos, os executivos de planejamento estratégico ou de gestão do conhecimento. Nunca mais o mesmo, se um lilás furtivo irrompe em meio a uma reunião gerencial das 11 da manhã, ou se os azuis tomam conta de um relatório de qualidade empresarial das 17 horas. Uma vivência radical: colocar o mundo que está além das reuniões e dos relatórios, vivo, desencarnado, sangrando, nas telas brancas que me esperam à noite.
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